quinta-feira, 22 de julho de 2010

Br 101, 6:19 pm.

Querido,

A tarde cai sobre os ombros da montanha, fria como o vento que me preenche de você. O trânsito está parado, os faróis dos carros apressados me lembram seus olhos, como sempre.

À minha direita, entre as árvores altas que atrapalham a minha visão ao redor da estrada, vejo as luzes pequeninas e brilhantes que circundam as águas da ilha. Luzes como as estrelas que te iluminam e a mim também, que nos unem através da distância. A lua é a mesma para mim e para ti, aonde quer que tu esteja...
Enfim, apesar da paisagem que me faz ficar na dúvida sobre sorrir ou chorar, eu queria pedir para que tu fuja. Puro sangue não deve puxar carroça; tu não deve ouvir meus reclames, que solto todos os dias, gritando minhas velhas novidades em teus ouvidos.
Sei que eu posso por um ponto final na história, ao menos nesta carta. Mas não, eu não colocarei um fim. Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim?

7 comentários:

  1. viagens sempre nos trazem pensamentos assim, sentimentos assim; só nunca me trouxeram tanto talento pra escrever de tal maneira.
    absurdamente lindo.

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  2. adorei
    (Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim?)
    essa parte diz tdo :)

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  3. Não existe fim. Aonde for, seja o que for, o que acontecer, sempre continuará!
    lindo!

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  4. Já me perguntei isso, com outras palavras, com a mesma finalidade.

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  5. Discrepância do destino...

    Distância sucks. Já fui vítima desse mal.

    Bonito texto. =*

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  6. sempre dentro da gente, na pele, nos poros...
    beijo!

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