quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobra tanta falta de paciência que me desespero,

Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo,
[...]
Sei lá se o que me deu foi dado ou se é seu.

Falta-me a falta de ar.
Pensar nos círculos concêntricos castanhos
- tão castanhos -
que me fizeram afogar,
que por ventura ou desvario
me disseram ser água turva
e assim tão lindamente castanhos
cansaram de abrigar discrepâncias.

Sobraram as placas de aviso.
A highway é irreprimível, inconsequente,
a estrada é solitária
e não se enxerga o fim da linha.

Mas eu quero enxergar,
- disse-lhe -
eu vou a pé,
ou de joelhos, se assim preferes,
pois eu sei que se cansar-me há de ter mesmo a água turva a mim.

E tinha?

Já dei largos passos sorrindo,
lembrando-me dos tais círculos;
Já fiz o cosmos refestelar-se de balões;
Senti a chuva tornar o ar pesado
enquanto corria, em desespero,
rumo ao que seria o fim da imponente highway.

Não me é claro se era o fim
ou se era um imenso despenhadeiro
ao qual não querias que me atirasse
pois nem tu conseguirias me resgatar,

então eu sentei ao meio fio,
numa curva em que não há placas.
Esperando estou.
E eu tenho sede.

5 comentários:

  1. Grudenta.

    Discrepância tão linda como tu sorristes.
    Discrepância tão linda como tu, sorristes.
    Discrepância tão linda, como tu sorristes.
    Olhe ao seu lado, não é uma miragem, são várias pessoas te oferecendo água, não, a dele não é melhor, não.

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  2. Não aprendi a me render. (Que caia o inimigo então.) :)

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