sábado, 4 de dezembro de 2010

Ah.

Enquanto você adora os domingos em que tudo se resume ao ópio, estou aqui nessa sala cheia de janelas abertas, mas com as portas trancadas. Parece-me uma prisão, o ar fica estático e é dolorosa cada tragada. Não há vento embora as árvores balancem afoitas lá fora; consigo ouvir o canto dos pássaros e até mesmo o som das folhas caindo no lago raso, formando circunferências - parecem-me teus olhos.
Aqueles olhos simpáticos que não tive, mas me prendiam cheios de intenção mesmo estando tão distantes. Distantes em todos os sentidos da palavra. Aqueles olhos que sabiam exatamente o que sentiam os meus.
Mas já não bastasse tal distância, há todas aquelas tolas coisas em comum; mas fisicamente o que pertence a mim e a ti é justamente esse ar áspero que te toca até o último de seus cachos, e a mim me reprime; esse ar que te preenche e faz bombear esse monte de carne podre que chamamos de coração. Que deveria ser um só, mas são dois, e dois amargurados.
E existem as canções os filmes os livros as histórias os gostos os desenhos as vontades os planos e a incerteza exasperada e progressiva da qual o findar depende de ti só de ti porque sabias do fundo da tua alma sedenta que eu sou tua embora eu ache dizer isso precipitado visto que tu ia retardando retardando retardando o acaso todo planejado dentro de mim do fundo do abismo daqueles mesmos meus - nossos - olhos.

Mas ah, caberá o que há de vir, e tanta espera, experiência e inexatidão me causam o mesmo efeito que a ti, enquanto você adora os domingos em que tudo se resume ao ópio e estou aqui nessa sala cheia de janelas abertas e portas trancadas.

domingo, 7 de novembro de 2010

Com a boca amargando.

As minhas borboletas do estômago voaram embora, saindo pela minha garganta, ajudando minhas verdades a irem direto aos teus ouvidos. E você sentiu cócegas e sorriu, quando deveria se sentir honrado por ser o alvo do meu primeiro e único acesso de coragem – mesmo que isso tornasse as minhas mãos, antes sempre gélidas, como um relógio de Salvador Dali.

E esse seu sorriso congelou meu peito e não pude respirar.  O que era quente em mim foi apenas o suficiente para ferver o sangue das minhas borboletas que alçaram vôo sem medo, e além de minhas mãos agora EU sou um relógio – frio, calculista, sem medo de dizer o que quer pois não há nada a perder.

Minha racionalidade assusta.
Minha inocência se foi.
Suas sutilezas falsas não me bastam,
Não preenchem,
Não repelem,
Não atraem.

Você me conta vagamente sobre o seu dia,
Me fala de outras pessoas,
- que sobre tantas outras descobri sozinha, -
Os dias se sucedem e as velhas novidades se repetem.

"Fica o vazio, após o tchau. Fica o fantasma, quando o concreto se vai. Ficam as marcas de poeira ao redor dos quadros e os longos fios substituindo o ar. Ficamos eu e você, aqui e aí. Um vazio momentâneo, uma saudade permanente, uma dor que vai e vem, alternada com uma apaixonada e obcecada psicose, que só entende quem sente."

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A sleepless night becomes bitter oblivion.

Cada respiração tua em meu ouvido era completamente precisa. Num compasso perfeito, num ritmo que me acalentava. Numa intensidade que não faz sentido a qualquer simples mortal que não tem a necessidade desse veneno que tu exalas, a cada vez que teus pulmões precisam de vida.
Mas tua introspecção é completamente falsa. As banalidades de sempre já não me mostram confiança. E aquela pureza que eu via no brilho dos teus olhos castanhos continuam presas em tua íris, sendo lançada à pessoas erradas e quaisquer, porém a mim já não enganam.

My chest hurts when I breathe tonight.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Encanto.

São tantas suas histórias que não se sabe por onde começar a dizer. E para ajudar um bom tanto, a luz da sala é tão fraca que te deixa com uma aparência frágil, como se por passar por tanto te deixasse apenas mais inocente e cândido.
Teus cabelos ainda são macios como minha memória triste há de lembrar. Parece mesmo que alguém andou cuidando de você, apesar das tuas insistentes desistências, das coisas que te deixaram cada vez mais frio. Mas teu abraço ainda é quente, tuas mãos capazes de esquentar as minhas e, apesar dos seus acessos de tosse, consigo ouvir claro e tranquilamente tua voz suave como sempre a cantarolar as velhas músicas que nos faziam dançar no jardim. Chamavam-nos de loucos. E o que nos diziam é o que é.
E o que mais me encanta é te ver torcendo o nariz e fazendo manha, depois de tanto tempo. Me fazes rir como ninguém conseguiu um dia. Como num relicário guardaste teu mais belo sorriso a mim, que mesmo depois de guardado na gaveta, consigo ver abrir como um dia de sol sem nuvem nenhuma para atrapalhar.

E nunca mais eu vou te deixar tão só.

sábado, 16 de outubro de 2010

Always Like This.

Noite. Olhos, bocas, mãos, corpos, copos, cheiros, dentes, unhas, gritos.
Beijos, toques, calores, respirações, sorrisos.
Uma vontade só.

Dia.

Olhos, bocas, mãos, sorrisos, abraços, ovos-no-café-da-manhã.
Carinhos, cafunés, abraços, abraços, abraços.
A mesma vontade de antes.

Olhos.  
Abraços.
Sorrisos amarelos.
...
Uma outra vontade.
Um adeus.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Make a wish.

Como uma coreografia, tenho ensaiadas todas as possibilidades de um encontro inesperado. Tenho todas as respostas para qualquer frase, tenho todos os meus sorrisos bobos prontos. Tenho planejado tudo, nos mínimos detalhes, para que você diga um estrondoso não!, que me faça desistir de tudo mais uma vez.
Mas pela primeira vez eu não sinto medo de ir em frente, pela primeira vez eu realmente quero fazer alguém sorrir por simplesmente estar em minha companhia e eu juro que serei o mais doce possível, dessa vez não de forma planejada, posto que ao seu lado eu me torno realmente mais doce.
Eu não me importo com a sua loucura. Eu só me importaria com a sua indiferença.


Oh my heart can’t carry much more
It’s really, really aching and soar
My heart don’t care anymore
I really can’t bear more
My hands don’t work like before
I shiver and I scrape at your door
My heart can’t carry much more.

Couldn’t Care Less - The Cardigans.

domingo, 3 de outubro de 2010

D is for Dangerous.

Há algo que incendeia, implora, grita. Contrasta com a ternura da chuva morna que me toca enquanto estou aqui, deitada sobre a grama. Eu seria capaz de qualquer coisa para compensar a minha insanidade e fazer com que a minha maldita auto-piedade fosse embora. Eu quero te proteger do perigo, qualquer que for.
E agora seus dedos estão entrelaçados aos meus e você toma vinho tinto na minha taça suja de batom; me pego pensando sobre quem deveria proteger quem e sobre os nossos abraços inesperados na cozinha, sobre os meus gritos sem sentido e os seus suspiros profundos de reprovação. Estamos numa enrascada sem solução, não estamos?
Esqueça as consequências, deixe seus sapatos ao lado dos meus e suas chaves na minha penteadeira, e não esqueça de avisar que só voltará pra casa na semana que vem.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

This is for you.

Como sempre, ia pra casa. Nada chamou sua atenção, a não ser pela angústia que a corroía, a ansiedade que percorria suas veias e seus passos à combinar com seus flashes rápidos de nostalgia eufórica. Aquele gosto doce lhe trazia mais lembranças. Contrastavam com o amargo de não entender o que havia para não conseguir sequer colocar a chave na fechadura da porta, fazê-la abrir.
A porta abrir, seu coração abrir.
E então, por sabe lá o que, ela se abriu. E a janela aberta soprava forte e seu voil dançava delicado, renovando o ar com um perfume absurdo. Esse vento levava embora lentamente a poeira áspera que pousara, com cuidado, sobre as manchetes antigas, sobre o porta-retrato com uma foto sem vida desprovida de lembranças, sobre as rosas champagne, já murchas, deixadas sobre a mesa com um cartão de despedida. E bagunçou-se tudo, as camisas penduradas com cuidado foram ao chão e as páginas marcadas do livro se misturaram.
E mesmo que tudo se arrumasse já mais nada assim seria. Fora-se a poeira que a aflingia e a aprisionava, por um vento que agora tem nome. Ela daria novas chances para novas rosas champagne.

Sem despedidas.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Infortúnio.

Como se tudo tivesse gosto de café feito com água fervida. Insosso.
Como se tudo fosse um turbilhão estrondoso, mas estivesse do lado de fora do trem. E eu, pela janela, só toco o vidro. Esse vidro cheio de marcas de dedos de todas as outras pessoas que já tentaram alcançar algo como você e só chegaram na tua máscara.
Onde estou? No túnel escuro, onde não vejo o turbilhão do lado de fora. Agora tudo é besteira e me afundo na falta de luz sem nem sequer querer pensar no que seria o tal turbilhão magnífico do lado de fora; me equilibrando com a minha xícara de café insosso, observando o olhar tedioso dos outros acostumados à escuridão e as crianças apavoradas querendo mais que depressa sair dela e enxergar o brilho do sol. Como diria o livro, estou querendo chegar à ponta dos pelos do coelho, querendo descobrir, sentir, saber quem é esse turbilhão. Mas ainda não cheguei lá. Estou na minha zona de conforto.
Pra mim basta saber que o turbilhão existe. Por enquanto.

domingo, 19 de setembro de 2010

O sabor de fel é de cortar.

Querer.
1 - Ter vontade ou intenção de.
2 - Amar-se.
3 - Desejo.
4 - Ansiedade, súplica.

Querer é uma palavra tão complexa. Dizer "te quero" ou sentir o querer é demasiado para mim. Vontade de quê? Intenção de quê?

Eu sei, é um doce te amar. O amargo é querer-te pra mim.
Amar-se. Desejar. Ansiar, suplicar.

Amar.
1- Gostar muito de.
2- Estar apaixonado.

-
Por que querer significa tão mais que amar, simplesmente? Por que querer é um grito ansioso?, por que amar é tão puro e simples?
Por que me faltam as palavras? Sempre soube o que dizer. Já não sei mais.
Eu só quero que você me queira, não leve a mal, mas talvez o acaso entregou alguém pra me dizer o que qualquer dirá.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cocaine.

Paredes com pôsteres de bandas estranhas, vinis arranhados por um acesso de fúria, All Stars rabiscados na sapateira aberta, seringas espalhadas pelo chão. Lençois sujos, um espartilho vermelho sangue jogado no sofá ao lado de uma camisa de um homem qualquer, perfumada de cigarro. Um Calvin and Hobbes que arrancava com dificuldade alguns sorrisos estava já sem capa deixado no criado mudo, ao lado de uma taça suja de batom. Bowie ressoando e sendo cantarolado por lábios sem dono, serventes do pecado; cabelos pretos curtos, mãos gélidas, braços magros e pálidos, já sem veias aparentes. Pontas dos dedos queimadas, unhas vermelhas até a metade.
Jogou o cinzeiro no lustre, gritou, uma mistura de êxtase e dor profunda, quis adormecer na escuridão.
Escorregou pela parede com um gosto amargo na boca e os olhos ardentes, com sua vida acabando ao só sentir entre os dedos o filtro de seu Lucky Strike e nada mais para queimar, vomitando com dificuldade confissões profanas sobre sua vida vazia.

domingo, 5 de setembro de 2010

Find someone, need someone.

Me perguntaram se eu consigo ser feliz sozinha.
Subitamente respondi. Não, eu não consigo. E admiro quem pode.
Basicamente é não conseguir fazer as coisas por mim. É fazer para que alguém veja, para que alguém goste, para que alguém aprove; tenho a clara impressão de sempre fazer algo errado quando faço porque quero, por mim. É como uma máscara da pessoa perfeita - mas acho que todos sabem que mesmo assim estou longe da perfeição. Então me pergunto se eu naturalmente não seria uma pessoa melhor.
Basicamente é precisar de atenção. Carência psicológica. É saber que alguém mesmo que lá longe é capaz de dizer uma palavra amiga e ter a certeza de que pode receber uma em troca. Eu sou do tipo que precisa de abraços diários.
Basicamente... É levar tudo ao pé da letra, é precisar de alguém filosofe comigo nos meus surtos de entender a razão das coisas e de alguém que ria comigo de manhã.

Eu tenho a mania, melhor dizendo, o aptidão, de me moldar com quem me relaciono. Não sei se é bom ou ruim, mas tenho vários perfis que sustento, nada fugindo do normal. Mas algumas pessoas me fazem bem e acho que consigo chegar próximo de quem seria eu. E são elas que eu quero manter por perto daqui pra frente.

Para Giovana, minha japonesa mais querida,
Para Caroline que tem os melhores abraços pela manhã,
Para Maressa e Hanna, que mesmo longe estão comigo sempre,
E para Daniel, meu nerd favorito e melhor amigo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Answer to Leila.

Leila,

Sabes que nunca disse um não nem um sim por não ter certeza do meu amor. Aliás, eu tinha certeza, eu não tinha certeza se saberia correpondê-la à altura...
Certo, agora podemos voltar à história normal. Você me sufoca. Eu tenho medo de demonstrar algo a ti que eu sinta, pois sei que a cobrança será muito maior, e não estou preparado para isso.
E é assim, Leila. O amor é traiçoeiro, te passa uma rasteira que te derruba e mesmo assim você levanta e implora por ele, querendo um vestígio de romance, um vestígio de atenção que sim, você merece, mas não de mim. Alma gêmea é balela. Apenas uma pessoa que te complete você ainda não achou, ou ainda não deu atenção por querer a minha atenção.
Essa carta está horrível, primeiro pelo seu ponto final, segundo por eu não sentir a mesma intensidade que você.
O amor não é algo que quanto mais você tem, mais você quer.
Eu não estou me revoltando quanto ao amor... Já me acostumei e aceitei a ideia de que quanto mais corro atrás mais ele foge; vou deixá-lo chegar até mim, até que eu esteja completamente solitário de vez. Ele não chegará sozinho, eu sei; mas quem eu quero está tão longe de mim, como diria a música, em casa lendo um livro qualquer e nem sequer dando atenção aos pensamentos que dirijo à ela.
É assim que deve ser. É assim que é. Junte-se a ele, Leila. O amor não é do tipo de amigo que passará a mão pela tua cabeça quando você precisará. Ele é do tipo que joga teus defeitos na tua cara quando você menos precisa lembrar deles.
-

"I've exposed your lies, baby
The underneath is no big surprise
Now it's time for changing
And cleansing everything
To forget your love

My plug in baby
Crucifies my enemies
When I'm tired of giving
My plug in baby
In unbroken virgin realities
Is tired of living

Don't confuse
Baby you're gonna lose
Your own game
Change me
Replace the envying
To forget your love

My plug in baby
Crucifies my enemies
When I'm tired of giving
My plug in baby
In unbroken virgin realities
I'm tired of living

And I've seen your loving
But mine is gone
And I've been in trouble."

Muse - Plug In Baby.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Oh, yeah, I fell a rat upon a wheel.

Darling,

Bom, te escrevo mais uma vez, como todas as noites tento. Dessa vez farei de uma vez só, de forma mais exata, definitiva, sem modos de aceitar uma possível continuação ou uma explanação tua. Esse será um ponto final para nós, um desabafo. Não um ponto final para mim, você sabe muito bem, até mais que eu, que não sou boa para finais. Sou boa para reticências e interrogações, apenas.
Bem, antes eu estava desesperadamente me sentindo o tal rato que gira sem parar na rodinha de sua gaiola; poderia dizer agora que você simplesmente nunca esteve aqui, sem mencionar sua mania de dominar o jogo? Você me deixou de lado mais uma vez. Não vou me deixar abater em vão por quem não me enxerga, mesmo quando estou ao seu lado, e você sabe da metáfora que uso.
Acho que sabes bem que as únicas coisas que ouço ultimamente são os passos da solidão, tentando entrar pela porta, pela janela, por todos os cantos. Mas NÃO, em alto e bom som, eu não deixarei ela entrar. Nem ela, nem mais nada que você deseje.
Também queria que soubesse, Senhor Neutralidade, que por vezes decidir tudo e falar duma vez é a melhor coisa a fazer. Falsas esperanças destroem mais que um simples não, enfim.
Acho que você sabe muito bem dos meus defeitos. Do meu ciúme, da minha paixão, da minha necessidade contínua por atenção, da minha necessidade de provas. Mas não, mesmo sabendo, o que te torna ainda mais cruel, você derrubou meu amor como um brinco que cai embaixo dum armário e fica esquecido. Como uma rosa deixada entre um livro para apenas marcar uma página, ficar lá secando, de enfeite. Eu não quero ser uma página para ser lembrada, querido. Eu quero ser uma página vivida, uma história inteira.

Atenciosamente,
Leila.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Carnival.

Ao som de Carnival (acoustic) - The Cardigans.

As únicas coisas a brilharem naquela noite eram as luzes da roda gigante e as fachadas de neon das lojas de souvenires. Caros, por sinal. Aquele povo só guardaria aquele momento mágico na lembrança; aquela tela enorme de cinema-mudo, aquele parque de diversões ambulante, com rodas enormes que giram e aqueles cavalinhos que sobem e descem do carrossel.
As únicas coisas a brilharem naquela noite eram... até ela chegar. E fazê-lo gastar inocente em uma pipoca doce e dançar com ela ao som da música do carrossel, no chão de terra batido, levando aos suspiros todas as outras moças de saia rodada da vila - por um rapaz franzino, um mero Zé, mas um Zé apaixonado.

_ También ha brillo en tus ojos.
_ Sabes que estoy colgando en tus manos, asique no me dejes caer.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Blog de ouro!


Então, fiquei muito feliz em ser indicada pela minha xará liiiinda, do Folhas do Meu Outono, ao Blog Selo de Ouro.
Pra quem quiser seguir a Evelyn o blog é www.folhasdemeuoutono.blogspot.com. Obrigada!

Ao aceitar receber esse selo, os indicados devem cumprir quatro procedimentos básicos.
1. Colocar a imagem deste selo no seu blog;
2. Indicar o link do blog que te indicou;
3. Indicar outros blogs para receberem o selo;
4. Comentar nos blogs dos indicados sobre a indicação.


Vamos aos indicados!
Verônica, do Gils Sets Fire - www.girlssetsfire.blogspot.com
Fred, do Diário de Bordo - www.fredguimaraes.blogspot.com
Jacqueline, do Há Tempo de Brincar - www.hatempodebrincar.blogspot.com
Mariana, do O Futuro é Incerto - www.sincerefantasies.blogspot.com
Fernanda, do Borboletas Nunca Mais - www.borboletas-nuncamais.blogspot.com
Daniela, do Daniela Filipini - www.danielafilipini.blogspot.com
Ana, do Grafite - www.graf-fite.blogspot.com


É isso aí, obrigada!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nothing is as it seems.


Nada é o que parece.
Perdi a vontade de escrever. Nada é mais tão mágico e encantador, inspirador das minhas noites sem sono. É tudo muito monótono, tudo muito chato e sem vida. Se, como dizem uns e outros, os dias em que me vejo só são dias em que me encontro mais, eu não sei se quero ficar só.



Chamam isso de crise existencial.
Obrigada aos novos seguidores, sempre que der retribuo a visita.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Br 101, 6:19 pm.

Querido,

A tarde cai sobre os ombros da montanha, fria como o vento que me preenche de você. O trânsito está parado, os faróis dos carros apressados me lembram seus olhos, como sempre.

À minha direita, entre as árvores altas que atrapalham a minha visão ao redor da estrada, vejo as luzes pequeninas e brilhantes que circundam as águas da ilha. Luzes como as estrelas que te iluminam e a mim também, que nos unem através da distância. A lua é a mesma para mim e para ti, aonde quer que tu esteja...
Enfim, apesar da paisagem que me faz ficar na dúvida sobre sorrir ou chorar, eu queria pedir para que tu fuja. Puro sangue não deve puxar carroça; tu não deve ouvir meus reclames, que solto todos os dias, gritando minhas velhas novidades em teus ouvidos.
Sei que eu posso por um ponto final na história, ao menos nesta carta. Mas não, eu não colocarei um fim. Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Leila.

Pediu um dia de folga ao chefe. A vida de jornalista estava a cansando e contar sobre desgraças já não era seu forte, já que tinha suas próprias tristezas. Acendeu unzinho e saiu sem destino cantarolando Coltrane. Eram duas e meia de sol a pino e ela só deveria buscar as crianças às seis. Sentou no primeiro café que viu e "um capuccino por favor?", um cigarro quase inteiro jogado ao meio fio, cof cof, esqueceu como se fuma, não é bom exemplo às meninas. Manteve sua dignidade apenas com suas unhas pintadas pela metade e os olhos um pouco borrados e úmidos, o que não chamou a antenção do rapaz atencioso que a questionou sobre colocar canela em seu capuccino. "Sim, bastante, obrigada."
Parou para pensar em seus diálogos internos patéticos e deve ter se decepcionado um pouco com o caos em que sua vida se tornara. Sábado tem cachorro-quente com as crianças na Fernanda...
_ Você tá mal hein?
_ Ah querido, eu preciso de um homem!
_ Ah Leila, eu também!
E riram com os bigodinhos de creme.

"Adoro teu olhar
Adoro tua força
E adoro dizer teu nome: Leila
Às vezes as coisas são difíceis, minha amiga
Mas você sabe enfrentar a beleza dessa vida [...]
Leila."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Is this a heartache?

Caminhava na rua e sentiu uma forte dor no peito. Não dor de amor, comum dos romances românticos, que fazem suspirar donzelas apaixonadas ao redor dos braços de seu amado. Porque essa dor traz angústia, desespero, solidão.
Duas fortes pontadas. Pessoas atônitas ao redor de um corpo que balbuciava palavras meio sem sentido. Tudo turvo. A escuridão tomou conta.
Três dias depois aquela mulher até então sem nome acorda num lugar desconhecido, sendo desconhecido para ela também o que houve para ela estar ali.
_ Nós não encontramos documentos seus, então preciso que diga qual é seu nome.
As lâmpadas fortes sobre ela e as paredes brancas a emudeceram por uns segundos. O uniforme azul do senhor que a atendia a trouxe algum conforto, não se sabe explicar porque, mas então decidiu falar.
_ Annie.
_ Annie, você sobreviveu a um desmaio forte que te fez bater a cabeça. Ele foi causado por sobrecarga cardíaca, principalmente nas artérias Rancor, Conformismo e Solidão. Isso não é um bom sinal... O que você faz da vida?
Annie emudeceu. Mas, cabisbaixa, contou tudo ao médico que lhe trazia tanta paz.
_ Eu sou artista, pinto quadros. Não tenho mais família, eles não me compreendem, muito menos a minha arte. Diziam que era muito comercial, que eu fazia o que todos fazem; cores alegres e traços perfeitos. Então eu fugi pra longe e agora estou sozinha.
_ E o que você pinta agora?
_ O preto. E incrivelmente vendo muito mais.
O médico era apenas um médico. Mas aquela moça lhe era familiar, então ele ouviu atentamente tudo o que ela dizia, todas as palavras que ela entregava em suas mãos esperando um milagre vindo dele.
_ Pois bem senhora. Entre na segunda porta à direita. Peça alguns frascos que eu vou indicar. Não é permitido esse tipo de coisa, eu sei; mas farei isso por você. Dois frascos de alegria, dois de motivação, um de auto-estima e três de paz. Corra para comprar as tintas mais vibrantes que encontrar e pinte tudo o que puder, deixe seu rancor de lado. Eu sei que você é capaz disso.
Ela já estava atordoada por incrível semelhança.
_ Você... seu semblante... Você não é meu pai?!
Annie não precisou tomar os placebos.
Invente seu fim da história, sei que cada um guarda um
pouco dela dentro de si.

sábado, 3 de julho de 2010

When the sky rained fire.

As asas que ganhei para subir ao topo do penhasco não impediram que eu ferisse minhas mãos. E mesmo sangrando eu gritei a plenos pulmões palavras incompreensíveis para quem tem um pensamento frio e humano demais. Talvez só as nuvens pudessem entender tudo o que proferi sobre mim, sobre tudo o que vi e pude compreender somente lá de cima.
Pessoas minúsculas em meio a uma multidão que as torna menores e comuns, pequenos seres tão complexos, tão iguais, tão diferentes, tão profanos. Vi gente matando, por raiva, por amor. Vi esse amor que sinto pelas coisas e pelas pessoas em forma de lágrimas das pessoas que cativei, que sentem minha ausência, desde que fui imcumbida de subir aqui e entender daonde vim. Vi que minha necessidade não era realmente por ti, era por alguém; por isso vivi cambaleando em meio a palavras e versos e cheiros e olhares para suprir isso.
Eu vi tudo em meio a manchas alaranjadas do céu da tarde, enquanto tentava entender porque tive que partir no dia em que consegui te ter.
Não foi culpa nossa, apenas fui chamada por alguém que enunciava o dia da minha morte.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Green Grass.



- Você tem certeza? Pode ser perigoso.


- Por que perigoso? Eu estou contigo e você está comigo, é só o que importa.


- Mas lá fora está escuro.


- Vem, vem comigo.






Foram pra fora, aonde em meio aos flocos de neve que começavam a cair anunciando o começo do inverno, havia duas balanças, embaixo das árvores. E ela se sentou na balança e ele se sentou na grama fria, e ela se balançou até o alto, onde de olhos fechados podia se sentir voando. A voz dele era tão suave, tão dela, que ela não podia ouvir as palavras que ele cantarolava, apenas sentia o ritmo delas e o bater de seu coração.


As palavras são as vezes tão desnecessárias que apenas se sentiu as mãos dele a envolvendo forma inexplicável, e os flocos de neve tocando seus rostos, e as estrelas brilhando no céu. E os balanços antes coloridos agora estavam todos pintados de branco, e a grama onde se deitaram era um grande manto verde claro de manchas alvas.


E o toque era real, e a blusa com o cheiro dele era real, e o anel que agora estava em seu dedo era real. E era a prova de que ela não estava sonhando.
"Eu vou aonde você for
E a sua mão não vou soltar!"

terça-feira, 29 de junho de 2010

And so is it.

E mais uma vez, ela vai ouvir as músicas que ele gosta; vai falar sobre os assuntos que ele gosta; vai vê-lo em tudo ao seu redor, tudo o que o lembra, tudo o que ele gosta. E vai tentar ser mais do tipo que ele gosta, vai fingir não gostar mais das coisas que ele não gosta, vai tentar ser o mais gentil possível, de um modo que o agrade.



Sim, mais uma vez ela vai tentar ser quem ela não é, para que você possa gostar.


E quando ela conseguir, mais uma vez vai deixar a chance fugir, e esse eterno ciclo perpetua, de modo que o consciente não queira, mas o inconsciente permita.
"Deixa ser
como será quando a gente se encontrar? [...]
Numa moldura clara e simples, sou aquilo que não se vê."

domingo, 27 de junho de 2010

Forever.

Para ser lido ao som de Conversa de Botas Batidas - Los Hermanos.

-

"- Veja você, onde é que o barco foi desaguar! A gente só queria um amor, Deus parece às vezes se esquecer...
- Ai, não fala isso, por favor! Esse é só o começo do fim da nossa vida, deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar.

- Veja você, onde é que tudo foi desabar, a gente corre pra se esconder e se amar, se amar até o fim, sem saber que o fim já vai chegar.
- Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga. Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar.

- Abre a janela agora, deixa que o sol te veja!
- É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu...

- Abre as cortinas pra mim, que eu não me escondo de ninguém. O amor já desvendou nosso lugar e agora está de bem.

[...]

- Diz, quem é maior que o amor?
- Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora.
- Vem, vamos além, vão dizer, que a vida é passageira, sem notar que a nossa estrela vai cair."

-

Diz-se da história de dois amantes de muito tempo.

Diz-se de um mistério, diz-se da calma.

Diz-se do que deveria ser o fim da história, mas era só o começo pros dois.

sábado, 26 de junho de 2010

Stonehenge.

Ela pode parecer um obstáculo intransponível, alguém que se sente superior e que demonstra se bastar, mas na verdade a qualquer simples toque ela pode se desmanchar inteira.

E VOCÊ SABE.

Ela pode parecer realmente querer ficar sozinha, ela pode ser seleta demais, ela pode não ser de sorrisos fáceis. Realmente, ela não é um diamante que dura pra sempre. Ela deveria ter vindo ao mundo com uma flecha enorme na testa apontada pra cima com a legenda em letras grandes e vermelhas: FRÁGIL. E de preferência enrolada em plástico bolha.

Ela pode ser efusiva em alguns momentos e resguardada demais em outros. Ela pode não conseguir nem entender a si mesma, e isso, por favor, não te dá o direito de fazer o que quiser.

“Deixa eu brincar de ser feliz,

Deixa eu pintar o meu nariz!”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Little E in the sky with diamonds.

Para ser lido ao som de Até Mais - aBRIL.
Espelho, um quarto branco e mais ninguém.
Pela primeira vez se sentiu livre, de forma a estar tão bem que mentiras foram esquecidas, saudades foram supridas pela vontade de realmente estar sozinha e fazer balançar seu balonê de cetim ao ritmo da música. Soltou os cabelos que há tempos não soltava pela promessa de não dar mais chance ao amor.

"Nada mal
Tudo igual
Mais do que você imaginou
Se tudo anda a frente
Até o presente
Pra trás ficou
Era tão ausente
Pensava diferente de tudo que um dia pensou
Andava pela rua
Olhava para frente
Sentia-se carente
Voou."
-
Foi interrompida pela agulha que saiu do lugar, tirou os sapatos e foi até a vitrola.
"Até mais
O dia não te esperou
E o que importa agora
Se todos foram embora
E só você restou?"
-
Não havia disco. Olhou ao redor e não havia espelho, nem vestido de cetim. Só havia o par de olhos cheios de calmaria e intenção a observá-la, prendê-la. Os mesmos que ela fugiu dias atrás. Mas agora não havia pra onde correr. Tomou coragem e fez o caminho inverso, pela primeira vez. Há tempos ela queria, não fugiu de novo.
-
- Quem és?
- Sou tua luz, tua calma, tua vontade não atendida. Teu anseio, teu pedido, teus desejos. Tua paciência, tua voz, teu sorriso e o teu perfume que ninguém elogiou. Sou o balanço de teus cabelos dourados e teus olhos a brilhar. Já pensou nós dois velhinhos, dois pra lá e dois pra cá?
-
Correu para o abraço dele. Seguiu-se um beijo. Seguiu-se um susto. A única coisa a observá-la era a lâmpada esquecida acesa por um cochilo entre um capítulo e outro do livro que estava à sua frente.
"Nunca mais
A vida não te perdoou
O tempo passa agora
Chove lá fora
Agora é hora de partir
Queira entender."

Valium skies.

Eu não sei nada sobre você.
Não falo de aparência. Falo de sonhos, planos, opiniões, sentimentos. S-e-g-r-e-d-o-s.
Segredos deixam de ser segredos à pessoas confiáveis, nada mais a declarar.
Você que surgiu do nada e a estranha da história sou eu. Você que me encantou por quem demonstra ser, e estou louca para descobrir quem está por detrás deste manequim. Te deixar desconsertado, entender suas sutilezas.
Talvez eu não goste do que eu descubra. Talvez eu deva deixar tudo como está.
Seu silêncio, seu silêncio me destrói.
Mas talvez eu deixa ir fundo. Te fazer sentir uma fisgada no peito ao lembrar do meu nome, chegar aonde ninguém chegou, aonde sua máscara caia e você se sinta nu, longe de sua educação que encanta e de seu riso.
Você. Chegar no que você é de verdade.
Eu não vou conseguir, desculpe pelo otimismo exacerbado, mas eu nem estou tentando mais.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Free.

"Dispenso qualquer conselho,
aposto mesmo é no improvável e vou."


Ouvi uma música que me fez lembrar de você. Falava sobre se sentir bem, recomeçar. Estou pensando seriamente nisso desde que dei um sorriso bobo e sem motivo pra todos que passavam por mim e tudo foi muito mais leve e fácil. Sem pensar em não ter uma resposta, sem pensar em cara feia, simplesmente sorrir sem nada em troca. Mas esse papo de recomeço é tão manjado e eu já pensei tanto nisso que eu não sei realmente se consigo. Não custa tentar.

Acho que eu preciso me sentir mal quase sempre pra me surpreender ao estar bem. Confuso e ridículo, é, mas é verdade.

Eu cheguei à conclusão de que gosto do inexato, do desconhecido. Do que eu posso mudar e melhorar. Do misterioso, do confuso. Não gosto de sorrisos gratuitos, de assuntos inventados, eu gosto de pessoas que eu tenho que aprender a lidar, aprender a ouvir e descobrir mil e um segredos e que tenha muitas histórias pra contar. Que leve tempos até que chegue a hora de se contar os tais segredos e se diga "você é meu amigo agora!". Mas esse tipo é difícil de achar então eu aposto no inventado. Bolo histórias, passados e diálogos que não vão acontecer e gosto do que inventei, atribuo à pessoa escolhida e esse é o fim.
Resolvi dar mais chances pra mim e distribuir mais sorrisos bobos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Please, give me one more chance...

Sem você por perto, eu gostava mais de mim.

Seus olhos pareciam faróis em meio a multidão e me acertaram como tiros. Meu pulso ficou mais rápido e fiquei agitada. Você não me viu.
Quando por uns segundos esqueci de ti, fui flechada. Rápido, certeiro, doloroso. Não tive reação e fugi de teus braços sem olhar pra trás.
Se todos os acasos me levam à você, por que a felicidade insiste em não estender a mão? Por que eu não consigo?

"Como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar.
Poderia até pensar que foi tudo sonho.
Ponho meu sapato novo e vou [...] sozinho, como der.
Besteira qualquer nem choro mais, só levo a saudade.
É tudo que vale à pena."
Bastou uma noite sem seu sorriso que era certo de ser meu para eu me culpar por um bom tempo. Covarde. Em algum lugar está escrito e não consigo cumprir a profecia. Discrepância minha. Vontade de voltar no tempo e ter seu abraço, sem ter medo, sem recear não te ter de volta ou pior, sem recear não querer te largar.
É, acho que eu amo você.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Weak wings.

Enquanto estava atolada em confusões e ideias loucas e absurdamente falíveis, ela tentou chegar em alguma conclusão.
Um copo de leite e as ideias esvairindo.
Exacerbo.
A mistura exagerada de certeza e indecisão, razão e emoção. Ele a completa, é. Não é necessidade, é apenas uma questão de... Oras, não sei como descrever. Uma borboleta não precisa de cores, mas não é isso que a torna absurdamente única e bela?
A conclusão? Bem, ela não tem opções que não seja substituir seu toque pelo vento que a persegue de forma delicada e seu calor pela quentura do sol das tardes de inverno, que junto com as nuvens coloridas consegue expressar de modo singelo como seria ter seu sorriso só pra ela, nem que fosse apenas no fim de semana, em meio a árvores e folhas caindo na velocidade da pressa dos dois.

Um susto. Uma surpresa como um soco no estômago e a certeza de que seus planos falharam.


Minha ilusão preferida, você. Espero que venha me visitar novamente esta noite...


"Por nada estou aqui tentendo me esconder
Por sempre aparecer, fugir de mim
Te pedi pra me ajudar mas o medo me venceu
Há uma pedra no caminho que me ilude ao amanhecer

Chega de sonhar, esperar o que não foi
Chega de viver o que você já passou
Sem entender o que aconteceu
Você apareceu, e agora?!

Uma busca tão incerta pôde me prejudicar
Entender que o poder não é fácil compreender
E assim eu vou viver, sem respostas para o Sol
Mentindo pra mim mesmo, fugir de mim."

sexta-feira, 28 de maio de 2010

No more.

Você já teve a sensação de não se sentir você? De se ver de fora, de ver o que você sente de fora?

Eu já. Foi tão bom.

Eu nem lembrei da falta que você me faz. Não é falta no sentido que você imagina, é falta das suas palavras doces, dos abraços que eu esperava ter e não tive.

Eu aprendi a sonhar e a ter lembranças de coisas que nem aconteceram.
Eu aprendi a gostar de você e te fazer ser minha projeção.

Volte, por favor. Prometo não pedir mais nada que não seja sua presença.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Words are very unnecessary.

Egoísmo, impaciência, teimosia, complexidade e fragilidade. Extremismo, sentimentalismo, insegurança, indecisão, desconfiança e falta de controle.

Não precisa repetir tudo o que sei.
Acho que mais que você, eu sei muito bem quem eu sou. Ou talvez eu saiba muito melhor quais são minhas dúvidas e meus medos.



"They can only do harm."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

I miss you. Please come home.

Nada falaram. A batida rápida do coração de ambos era o melhor dos poemas, e o cenário conturbado não importava mais. Só os dois, ele e ela, depois de tanto tempo.
E em meio à confusão, à fumaça e aos passos rápidos de pessoas apressadas, eles se encontraram pela primeira vez.




Eu chamaria isso de reencontro. Mas na verdade, eles nunca se separaram, só não tiveram a chance de estar perto.



Dedicado a Otávio ♥

"Tem noção de quão importante se tornou em minha vida?
E sabe que o amor que sinto por ti não pode ser meço.
Gostaria muito de estar contigo e compartilhar
desde momentos bons, até os ruins.
Acho que nunca me cansarei de dizer-te "te amo";
talvez nem mesmo a própria palavra amor
possa definir tudo de bonito e especial que eu sinto por ti.
Espero um dia poder crer realmente
que tudo isso exista e, quem sabe poder te ter mais perto ♥ "

segunda-feira, 17 de maio de 2010

I know you have to show everyone that you're not feeling alright...

Queria eu que nevasse, eu iria então brincar feito criança, como eu nunca fiz.
Queria eu que nevasse para eu poder então dizer tudo o que eu sempre quis, sem medo. Afinal, já está tudo tão frio, qual seria o problema em tornar as coisas então mais complicadas?

Mas não neva. Só sinto o frio que vem da janela aberta e de você.

Tão clichê falar de frio, mas ele deve resumir; não é do tipo de sentimento gélido, nem de indiferença, é apenas um sentimento seu que eu não sei qual é.


"Don't you dare to die now in my arms
My suicide girl."

sexta-feira, 14 de maio de 2010

I just want to see the last smile ;

Uma lágrima rolou do meu olho ao perceber que era a última vez em que eu ia ver você. Outra lágrima rolou dentro do meu coração ao ver a velocidade com que as vidas vão em vão.

Quando eu menos esperei nada mais eu encontrei, havia desaparecido a lágrima que eu chorei; mas aquela que escorreu no meu peito lá ficou, a gota de um gosto amargo com o frio cristalizou.

E você sabe que eu já sofri demais aqui e não vejo a hora de poder ficar junto de ti, e onde você estiver estarei em coração, em alma e espírito através dessa canção.

Enquanto a sua ida puder fazer alguém chorar é sinal que a sua vida ainda não deve acabar; já que não há saída eu posso apenas imaginar como seria a minha vida sem a sua pra me alegrar.



Duas Lágrimas - Fresno


Pra Julia, do Off Limits Dreams.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

They cannot see you.

Não tenho planos pra nada e qualquer coisa que eu faço, faço sem pensar e quando me dou conta minha mente está vazia. Como quando se está pensando em alguém, mas eu não tinha esse alguém.
É uma coisa conturbada de explicar, mas na prática é tão sereno que toda essa calma te faz querer fugir pra não se sabe onde. Sempre que penso em fugir me imagino em um campo de flores coloridas, em um dia claro de sol; mas hoje, justamente hoje, chove e não há flor alguma. Não as que eu imaginava.
Parece que quando se está em paz se faz de tudo pra voltar ao caos, e quando se está no caos só se quer ficar em paz e seguimos nessa contradição e nesse sentimento que querer mais. Mais, mais o que?
Não me resta ninguém em quem possa pensar, planejar, lembrar do que fiz. Só essa vontade de ser que não sou e essa autopiedade.

ÀS favas com a autopiedade. Os planos de hoje estão são escrever até que a flor que guardei entre as páginas do meu livro seque.