quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Overflood.

Talvez você não entenda, mas eu transbordo.
Não acho que eu seja só um punhado de hormônios e células e reações químicas que acontecem cá dentro
nem só umas dobras de um cérebro complexo demais pro seu próprio envoltório.

Eu é que sou complexa demais
demais pra esse peito com um coração que bate muito rápido
bate bate bate quando me sinto vulnerável,
ou vazia,
insuficiente,
ou quando não sei lidar com uns comandos de um programa de computador que não reflete em nada o que sou ou o que sei fazer
não que eu saiba

Eu é que sou complexa demais
demais pra esses olhos de cor indefinida que pairam sobre qualquer coisa quando estou a pensar sobre os meus dias
pairam pousam descansam quando vejo um amarelo pela janela,
ou cansados,
úmidos,
explodem o que doeria demais se explodisse aqui dentro então colocam pra fora a incerteza de quem eu sou

Embora eu não saiba quem sou, eu sei que sinto
e sentir tanto dói as vezes
mas é o que me faz sentir viva, sentir que eu ainda reajo
não que a vida esteja tão ruim, mas crescer é difícil todos os dias.


Eu voltei. Voltei pra explodir em palavras porque os olhos também cansam e porque a vida precisa disso.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Delicata

Eu preciso de algo mais preciso.
O que eu tenho agora é esse eterno descobrir você.
Descobrir de você.
Descobrirmos-nos, sim.
Um descobrir não descumprido.
Esse eterno descobrir você.
Você, que me lê; e você, que está dentro de mim - vulgo eu.
Vulgo eu, vulgo você
as incertezas da existência de mentes além da nossa.
E assim, nada vulgar,
apenas... sereno:
Serena serenata entre amantes ainda desconhecidos.