terça-feira, 29 de junho de 2010

And so is it.

E mais uma vez, ela vai ouvir as músicas que ele gosta; vai falar sobre os assuntos que ele gosta; vai vê-lo em tudo ao seu redor, tudo o que o lembra, tudo o que ele gosta. E vai tentar ser mais do tipo que ele gosta, vai fingir não gostar mais das coisas que ele não gosta, vai tentar ser o mais gentil possível, de um modo que o agrade.



Sim, mais uma vez ela vai tentar ser quem ela não é, para que você possa gostar.


E quando ela conseguir, mais uma vez vai deixar a chance fugir, e esse eterno ciclo perpetua, de modo que o consciente não queira, mas o inconsciente permita.
"Deixa ser
como será quando a gente se encontrar? [...]
Numa moldura clara e simples, sou aquilo que não se vê."

domingo, 27 de junho de 2010

Forever.

Para ser lido ao som de Conversa de Botas Batidas - Los Hermanos.

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"- Veja você, onde é que o barco foi desaguar! A gente só queria um amor, Deus parece às vezes se esquecer...
- Ai, não fala isso, por favor! Esse é só o começo do fim da nossa vida, deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar.

- Veja você, onde é que tudo foi desabar, a gente corre pra se esconder e se amar, se amar até o fim, sem saber que o fim já vai chegar.
- Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga. Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar.

- Abre a janela agora, deixa que o sol te veja!
- É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu...

- Abre as cortinas pra mim, que eu não me escondo de ninguém. O amor já desvendou nosso lugar e agora está de bem.

[...]

- Diz, quem é maior que o amor?
- Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora.
- Vem, vamos além, vão dizer, que a vida é passageira, sem notar que a nossa estrela vai cair."

-

Diz-se da história de dois amantes de muito tempo.

Diz-se de um mistério, diz-se da calma.

Diz-se do que deveria ser o fim da história, mas era só o começo pros dois.

sábado, 26 de junho de 2010

Stonehenge.

Ela pode parecer um obstáculo intransponível, alguém que se sente superior e que demonstra se bastar, mas na verdade a qualquer simples toque ela pode se desmanchar inteira.

E VOCÊ SABE.

Ela pode parecer realmente querer ficar sozinha, ela pode ser seleta demais, ela pode não ser de sorrisos fáceis. Realmente, ela não é um diamante que dura pra sempre. Ela deveria ter vindo ao mundo com uma flecha enorme na testa apontada pra cima com a legenda em letras grandes e vermelhas: FRÁGIL. E de preferência enrolada em plástico bolha.

Ela pode ser efusiva em alguns momentos e resguardada demais em outros. Ela pode não conseguir nem entender a si mesma, e isso, por favor, não te dá o direito de fazer o que quiser.

“Deixa eu brincar de ser feliz,

Deixa eu pintar o meu nariz!”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Little E in the sky with diamonds.

Para ser lido ao som de Até Mais - aBRIL.
Espelho, um quarto branco e mais ninguém.
Pela primeira vez se sentiu livre, de forma a estar tão bem que mentiras foram esquecidas, saudades foram supridas pela vontade de realmente estar sozinha e fazer balançar seu balonê de cetim ao ritmo da música. Soltou os cabelos que há tempos não soltava pela promessa de não dar mais chance ao amor.

"Nada mal
Tudo igual
Mais do que você imaginou
Se tudo anda a frente
Até o presente
Pra trás ficou
Era tão ausente
Pensava diferente de tudo que um dia pensou
Andava pela rua
Olhava para frente
Sentia-se carente
Voou."
-
Foi interrompida pela agulha que saiu do lugar, tirou os sapatos e foi até a vitrola.
"Até mais
O dia não te esperou
E o que importa agora
Se todos foram embora
E só você restou?"
-
Não havia disco. Olhou ao redor e não havia espelho, nem vestido de cetim. Só havia o par de olhos cheios de calmaria e intenção a observá-la, prendê-la. Os mesmos que ela fugiu dias atrás. Mas agora não havia pra onde correr. Tomou coragem e fez o caminho inverso, pela primeira vez. Há tempos ela queria, não fugiu de novo.
-
- Quem és?
- Sou tua luz, tua calma, tua vontade não atendida. Teu anseio, teu pedido, teus desejos. Tua paciência, tua voz, teu sorriso e o teu perfume que ninguém elogiou. Sou o balanço de teus cabelos dourados e teus olhos a brilhar. Já pensou nós dois velhinhos, dois pra lá e dois pra cá?
-
Correu para o abraço dele. Seguiu-se um beijo. Seguiu-se um susto. A única coisa a observá-la era a lâmpada esquecida acesa por um cochilo entre um capítulo e outro do livro que estava à sua frente.
"Nunca mais
A vida não te perdoou
O tempo passa agora
Chove lá fora
Agora é hora de partir
Queira entender."

Valium skies.

Eu não sei nada sobre você.
Não falo de aparência. Falo de sonhos, planos, opiniões, sentimentos. S-e-g-r-e-d-o-s.
Segredos deixam de ser segredos à pessoas confiáveis, nada mais a declarar.
Você que surgiu do nada e a estranha da história sou eu. Você que me encantou por quem demonstra ser, e estou louca para descobrir quem está por detrás deste manequim. Te deixar desconsertado, entender suas sutilezas.
Talvez eu não goste do que eu descubra. Talvez eu deva deixar tudo como está.
Seu silêncio, seu silêncio me destrói.
Mas talvez eu deixa ir fundo. Te fazer sentir uma fisgada no peito ao lembrar do meu nome, chegar aonde ninguém chegou, aonde sua máscara caia e você se sinta nu, longe de sua educação que encanta e de seu riso.
Você. Chegar no que você é de verdade.
Eu não vou conseguir, desculpe pelo otimismo exacerbado, mas eu nem estou tentando mais.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Free.

"Dispenso qualquer conselho,
aposto mesmo é no improvável e vou."


Ouvi uma música que me fez lembrar de você. Falava sobre se sentir bem, recomeçar. Estou pensando seriamente nisso desde que dei um sorriso bobo e sem motivo pra todos que passavam por mim e tudo foi muito mais leve e fácil. Sem pensar em não ter uma resposta, sem pensar em cara feia, simplesmente sorrir sem nada em troca. Mas esse papo de recomeço é tão manjado e eu já pensei tanto nisso que eu não sei realmente se consigo. Não custa tentar.

Acho que eu preciso me sentir mal quase sempre pra me surpreender ao estar bem. Confuso e ridículo, é, mas é verdade.

Eu cheguei à conclusão de que gosto do inexato, do desconhecido. Do que eu posso mudar e melhorar. Do misterioso, do confuso. Não gosto de sorrisos gratuitos, de assuntos inventados, eu gosto de pessoas que eu tenho que aprender a lidar, aprender a ouvir e descobrir mil e um segredos e que tenha muitas histórias pra contar. Que leve tempos até que chegue a hora de se contar os tais segredos e se diga "você é meu amigo agora!". Mas esse tipo é difícil de achar então eu aposto no inventado. Bolo histórias, passados e diálogos que não vão acontecer e gosto do que inventei, atribuo à pessoa escolhida e esse é o fim.
Resolvi dar mais chances pra mim e distribuir mais sorrisos bobos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Please, give me one more chance...

Sem você por perto, eu gostava mais de mim.

Seus olhos pareciam faróis em meio a multidão e me acertaram como tiros. Meu pulso ficou mais rápido e fiquei agitada. Você não me viu.
Quando por uns segundos esqueci de ti, fui flechada. Rápido, certeiro, doloroso. Não tive reação e fugi de teus braços sem olhar pra trás.
Se todos os acasos me levam à você, por que a felicidade insiste em não estender a mão? Por que eu não consigo?

"Como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar.
Poderia até pensar que foi tudo sonho.
Ponho meu sapato novo e vou [...] sozinho, como der.
Besteira qualquer nem choro mais, só levo a saudade.
É tudo que vale à pena."
Bastou uma noite sem seu sorriso que era certo de ser meu para eu me culpar por um bom tempo. Covarde. Em algum lugar está escrito e não consigo cumprir a profecia. Discrepância minha. Vontade de voltar no tempo e ter seu abraço, sem ter medo, sem recear não te ter de volta ou pior, sem recear não querer te largar.
É, acho que eu amo você.