segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Prolixo.

Depois: me sinto absolutamente ridícula. Despida. Vítima de qualquer cruel episódio de massacre violento atentando ao pudor.
(Continue, no ritmo... Os lábios e o batom.)
Há um muro de concreto entre nossos lábios.
E entre qualquer outra ação que minha meninice não permita. Sou fogo, desde então.

Durante: senti-me na chuva.
Repleta e absurdamente eufórica.
Completa e ridiculamente feliz.
Eu deixaria sem receios o asfalto para seguir pela estradinha secundária e empoeirada rumo aos teus pensamentos mais profanos. Ou isto é o que diz ser: não é.
És mais doce que o mais inocente dos corações - por favor, admita-se lindo tal como és. E insensato.  Obscuro. Nem um pouco lacônico; assim, és.
Tiveste medo apenas porque descobri. Descobri-te deste véu a que chamar de passado. Descobri-te. Deixaste-se levar. Por pouco.

Antes: como um anjo negro que me perseguia, permiti que meus olhos encontrassem os teus.
E assim, um estrondo! Algo que teu gélido - embora doce - modo não pode compreender. Sinto que teus impulsos rejeitariam qualquer forma sincera de amor.

Tentei. Tentamos, melhor assim.

7 comentários:

  1. Este seu tom polido e educado é mais cruel do que parece. Ainda assim é lindo.

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  2. Agora: eu caindo de amores por esse teu post e por esse teu amor. ou quase-amor. ou não-amor.

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    1. Amor nunca deixa de ser amor, apenas pelo fato de já ter sido. Não perde a essência. Somente a consistência.

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    2. sim, concordo plenamente contigo. sempre digo que eu nunca deixo de amar alguém; o amor só muda a forma, jamais se muda do coração. então, corrigindo: eu caindo de amores por esse teu post e por esse teu amor. somente.

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    3. E eu caindo de amores por seus elogios.

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  3. Percebi as notas do Humberto Gessinger entre estas tuas palavras absurdamente arrebatadoras, impossível não lembrar que em algum momento, talvez ontem ou ainda hoje; eu mesma me senti assim. Adoro me encontrar nas linhas de histórias que não são minhas, mas que de algum modo passam a ser. Encantada.

    www.eraoutravezamor.blogspot.com

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    1. Muito obrigada! Retribuirei a visita.
      Lisonjeada pelos elogios. E não consegui enxergar outro verso que não fosse do Gessinger para este texto...

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